(Parte 1)
Em memória do meu velho e bom pai,
Sr. Orlando Toffanetto
Ao ouvir meu bom pai dizer levantar-se da cama junto das estrelas no céu, fiquei tão impressionado com a imagem que instantaneamente se formou em minha mente que disse para ele de eu também querer levantar-me junto das estrelas do céu. Ele sorriu e, pegando-me pela mão, levou-me para o quintal e, mostrando-me as estrelas, explicou o que ele queria dizer com o acordar junto das estrelas no céu. Então lhe perguntei.
- Para nos lembrar que um dia voltaremos pro céu, respondeu-me ele.
- Em qual estrela, papai?
- Só sei que será de acordo com o merecimento de cada um.
- Será naquela estrela grande? perguntei-lhe apontando a lua.
Ele me contou que a lua era filha do nosso planeta, a Terra, e não uma estrela. Em seguida, pediu-me para que eu o aguardasse que ele já voltaria com uma surpresa para mim.
Não sei quanto tempo ele demorou, mas senti que foi uma eternidade. Ao voltar, perguntou-me se eu já havia descoberto a estrela para onde um dia eu iria.
- Eu ainda não descobri, papai.
- Um dia você vai saber, respondeu-me ele mirando a lua de binóculos.
- Deixa eu ver, deixa eu ver...
Outra eternidade se passou e, desta vez, em silêncio. Por fim, ele me fez um convite:
- Vamos voltar pra dentro de casa?
- Ah...
- É que está ficando frio e você pode se resfriar.
- Ah, eu quero descobrir a estrela?
- Tá bom, no domingo eu te mostro?
- A minha estrela?
- Sim meu filho, a tua estrela.
- Então me mostra já, papai.
- Ela só poderá ser vista se no domingo acordamos bem cedo, junto das estrelas do céu..
- Ela só aparece no domingo?
- É que no domingo o papai não trabalha e, pela manhãzinha, poderei ficar com você e a sua estrela.
Jairo R. Toffanetto
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