terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Caruncho carungente. A carunchopatia


Imagem extraída da Internet

Aberto um buraco no feijão, o caruncho só sai dele depois de comer a polpa até se fartar. Certamente é quando ele procria, quando se dissemina e, logo depois, volta perfurar novo feijão. Passam a vida assim: de feijão em feijão. Quando encontrados, eles são misturados aos feijões rejeitados pela escolha e, juntos, vão para a lata do lixo. Muitos são esmagados com as costas da unha do polegar. “TEC” é o som deles estourando contra o tampo da mesa.

Você já foi atacado por um caruncho de gente? Classificados elegantemente como “sociopatas”, eles são confundidos com as pessoas normais mas... preste atenção que logo a verdadeira imagem deles vai se delineando. Como não somos feijão, podemos nos afastar destes monstrengos, mas primeiro é preciso aprender a vê-los (já tem algumas literaturas a respeito). Só quem os reconhecem é que podem empurrá-los para o lixo, ou... “TEC”, e que me perdoe a “sociedade protetora dos carunchos”. Eles tem o direito de ser o que são, mas não para saírem por aí atrás de gente para nelas se instalar e comerem até o âmago. Feijões e feijãozinhos devem ser protegidos e seus direitos preservados, pois merecem um destino mais nobre do que ficar à mercê de praga: a carunchopatia.

Foto tirada por J.R.Toffanetto
Não adianta por um espelho na frente do caruncho porque eles não o reconhecem. A escolha de ser um caruncho de gente nem Freud explica. O fato é que o feijão tem um só olho, uma visão única, e o caruncho o ataca pelo lado cego. Enquanto os feijões não evoluírem para um par de olhos, os “carungentes” continuarão cumprindo sua função útil.

- Olha o caruncho aí, gente.

Jairo Ramos Toffanetto

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