Texto de "Antoine de Saint-Exupéry,
em "O Pequeno Príncipe":
"As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. Para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. Para o meu negociante, eram ouro. Mas todas essas estrelas se calam. Tu porém, terás estrelas como ninguém... Quero dizer: quando olhares o céu de noite, (porque habitarei uma delas e estarei rindo), então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem sorrir! Assim, tu te sentirás contente por me teres conhecido. Tu serás sempre meu amigo (basta olhar para o céu e estarei lá). Terás vontade de rir comigo. E abrirá, às vezes, a janela à toa, por gosto... e teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu. Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!"
Gosto de Saint-Exupéry a começar pelo seu primeiro nome, pois sua pronuncia é Antoâne. Se a letra "a" de Antoine abre o alfebeto, Exupéry tem duas letras do ponto extremo do alfabeto o "x" e o "y" e, ainda, o "x" com som de "z".
Foi uma professora que morava num sobradinho na frente de casa que me ensinou estas sutilezas de uma língua estranha para mim. Desde que ela me convidou para tomar chá com bolo em sua casa, fiquei completamente cativado com as histórias que ela me contava. Foi assim que conheci "O Pequeno Príncipe", ouvindo a história.
Dona Mariot me contava partes do livro assim como Antoine contava das estrelas. Mostrava o quanto podemos ser especiais e a partir da própria existência, cativando. Do outro lado da mesa eu me sentia voar num mundo admirável. Pedi o livro para minha mãe, e ganhei uma notável coleção de contos brasileiros, de fadas, e tudo mais em doze volumes. Junto veio o romance "O Pequeno Lorde, de Francis Burnett".
“Você se torna eternamente responsável por aquilo que cativas (Exupéry)”:
Antes de sair da casa da Dna. Mariot, pedia-lhe para que tocasse piano. Um dia ela, por motivos de doença em família, teve que se mudar às pressas para a cidade de Santos. Disse-me que não poderia levar o piano no caminhão de mudanças e que se eu o quisesse e cuidasse bem dele, ela o deixaria para mim. Um ano depois ele voltou. Ao saber que eu fazia aulas de piano, ela foi embora sem o piano. Meu pai quis comprá-lo, em vão. Ela só levou o piano seis anos depois.Embora meu pai fosse um bom contador de histórias, e a quem devo a pureza do universo da imaginação, foi com Dna. Mariot, e através de Antoine, que eu mergulhei num mundo de verdades da criança e não da verdade de adultos (dito escritores) para crianças. Coisa que desde cedo aprendi reconhecer e separar das minhas escolhas.
Antoine de Saint-Exupéry
Antoine-Jean-Baptiste-Marie-Roger Foscolombe de Saint-Exupéry filho do conde e condessa de Foscolombe (29 de junho de 1900, Lyon - 31 de julho de 1944) foi escritor, ilustrador e piloto da Segunda Guerra Mundial.
Jairo Ramos Toffanetto
Nenhum comentário:
Postar um comentário