sábado, 29 de dezembro de 2012

Soneto (di)versos retratos


Manhãzinha...

Esperando a lanchonete abrir para comprar um Cartão Zona Azul, sentava-me na calçada da Rua Leandro Dupret desfazendo qualquer ocorrência de pensamento mais imagens até chegar ao não pensar. De hábito, isto é muito rápido de se conseguir, mas nem preciso, pois me basta ficar sob atenta desatenção aguardando um incidente qualquer acontecer e... pronto! lá vem um haicai, um conto, e assim por diante, mas se estou com a máquina fotográfica digital, retomo o exercício de parar a mente para me encontrar com o que escapa aos olhos.

Ao ligar a máquina seu visor mostrou a imagem que vem logo abaixo deste preâmbulo. Daí pra frente era só seguir adiante ao meu objeto de aplicação. Ah, na fotografagem, ainda comprei o tal cartão na banca de jornal, e brinquei com jornaleiro no acerto do troco. Tomei um café na padaria de esquina com a Rua Borges Lagoa e voltei ao ponto de partida para colocar o cartão no carro. Tudo estava dentro do processo iniciado. Tudo muito agradável, dentro do objetivo e que se finalizaria ao me encontrar com a Regina na R. Pedro de Toledo. Intensidade de sentidos... descobertas a cada momento, indo se encaixando por um caminho novo, em integração.

Incidente 1.
 
2. Levantei o visor na máquina e... (clic)
 
3. Alguns passos à caminho da banca de jornal, afinal, lá o cartão da zona azul é cinquenta centavos mais barato:
 
Certamente haviam razões para um nó cego contra o céu azul.
 
4. 
Razões em tudo,
 
5.
tudo,
 
6.
e até onde parecia não haver razão alguma.
 
7.
Voltando da banca de jornal para o carro.
 
8. 
Oh, a manhã se lavando:
 
9. 
Novamente subindo a R. Leandro:
 
10. Ao atravessar a Rua Borges Lagoa para alcançar a R. Pedro de Toledo, achei de contornar o quarteirão pela R. Dr. Barcelar. Quem sabe um novo encontro a retratar?
 
Uma folha seca junto a uma desgastada faixa de trânsito.
Coincidência? 
 
11. 
O ventou levou a folhinha a um "x" de razões:
No asfalto estava escrito TAXI.
 
12. Por fim, contornei o quarteirão e cheguei ao local aonde a Regina estava, mas antes de entrar, achei de dar alguns passos adiante. Mais razões?
 
Senti elegância nesta  matinho junto ao muro de uma comprida e bem formada floreira.

Eu iniciara a sessão fotográfica sentado sobre uma floreira.
13. Por fim, encontro-me com a Regina. Sentando-me ao seu lado lhe mostrei a foto acima para lhe perguntar se aquela vegetação era do fitoterápico extrato para o chá de quebra-pedra. Ela respondeu-me que a do chá espalha-se de modo rasteiro. Mas ao clicar o botão da máquina que passava do modo de apresentação para o enquadramento fotográfico, apresentou-se a imagem abaixo. A aventura fotográfica terminaria com esta foto, pensei eu. Ela sorriu ao ver a tomada da foto, e passou a balançar o outro pé. Oh, baby baby.
 

14. O pé esquerdo descança no ar,
o direito passava em balança:

 
Vendo agora que foram quatorze fotos, descobri o título desta postagem.

Jairo Ramos Toffanetto

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