terça-feira, 28 de maio de 2013

Show da Gal (Parte 2)

Show da Gal (Parte 2) -
Para além dos sentidos comuns
(FotoJRT)

No domingo, antes de sair de casa para o show da Gal, a Regina e eu sabíamos que nos encontraríamos com uma das mais raras essências da beleza musical, cultural e humana. Hoje, terça-feira, ainda estamos sob forte emoção, aquela que nos abre os sentidos para, com delicadeza, eternizar-se no coração.

Acho difícil que alguém não conheça a Gal, isto é, que nunca a tenha visto ou ouvido cantar. Seria o mesmo que desconhecer João Gilberto ou a composição “A Garota de Ipanema”, ou nada saber de Billie Holiday ou dos Beatles - um pecado. O universo todo sabe, mas alguns mundos ainda são muito escuros, muito densos para este saber, para este sentir.

Aliás, por falar em Holiday, quando esta chegou à maturidade vocal, o final de suas frases melódicas saíam com delicada e apaixonante tremulação. O mesmo ocorre com Gal, um requinte sonoro reservado para as divas do canto seja lá em que idioma for.

Mas a Gal é diferente de tudo no Planeta Terra, ela é baiana. E por falar em baiana, há outra de mesma envergadura e também diferente de tudo mais: Maria Bethânia, mas depois eu conto.

A singularidade de ambas é trazer na face a felicidade de ser e estar. Só quem reina sobre si mesma é tão bela dentro quanto fora. Daí o fato de elas serem rainhas da música popular brasileira, e se aí estão é porque o Brasil as merece mesmo torcido pra breganização impo$ta pela mídia. Sem estas rainhas musicais, e ainda bem que não estão sozinhas, o coração do Brasil já teria virado pedra.

Jairo Ramos Toffanetto

Nenhum comentário: