haikai #20 (JRT)

Haicai 20.

JRToffanetto

 

Quadro negro cancro

não passa a limpo, apaga

rastros de giz branco

 

 

Notas: 

1. Neste haicai e também no anterior (http://poemas-de-sol.blogspot.com.br/2013/10/haicai-19-jrtoffanetto.html), sua forma é a que largamente difundida no Brasil através do poeta Guilherme de Almeida, o qual, buscando sonoridade poética, assim concebeu:

- Três versos em rimas tônicas num total de dezessete sílabas.

- O primeiro e o terceiro verso com cinco sílabas e rimando entre si na última sílaba tônica.

- O segundo verso, com sete, rima na segunda e na sétima sílaba tônica.

Gosto da forma "guilhermina", mas não é necessário segui-la.

2. O haicai 13 (http://poemas-de-sol.blogspot.com.br/2013/10/haicai-13-cai.html)  não segue a forma do Guilherme. Embora seja recomentado o não uso de adjetivos,  o terceiro verso mansa chuva chama inicia com um adjetivo de característica, todavia, o adjetivo foi usado para dar sonoridade como o da chuva. Só chuva mansa não remeteria à sonoridade. Com o aporte do "mansa" ela se dá e remete à imagem visual. Os poetas do sol nascente usam tais sonoridades através de interjeições, as exclamativas. É possível que a foma do haicai 13 seja a primeira a ser criada deste modo. 

3. Outras formas de criação são praticadas por mim, como a brincadeira de deserto com decerto (haicai 17 (http://poemas-de-sol.blogspot.com.br/2013/10/haicai-17-jrt.html) e assim por diante.

 

4.  As dezessete sílabas são como regra, mas admite-se até vinte e uma. Às vezes ocorre de caber menos de dezessete ou até menos de dez sílabas numa composição. Importa que as palavras-idéias criem uma imagem de modo que cada um construa a sua própria. (JRT)

 

5. Ã medida em que vou publicando meus cem primeiros haicais, estarei juntando algumas observações pertinentes à forma da criação, pois entendo que estas devam ser compartilhadas.

 

6. Todos os direitos estão reservados.  

 

Jairo Ramos Toffanetto