sábado, 19 de outubro de 2013

Vinícius de Moraes. Em memória do seu centenário de nascimento




A Internet é bonita. Abro-a e fico sabendo dos cem anos do nosso poeta Vinícius de Moraes e me transportei para minha adolescência. Conhecia-o pela rádio e sua parceria com Baden Powell. Pra mim ele tinha a cara do Rio de Janeiro. Ainda não o sabia enquanto poeta universal.

Dera-me o dever de ter um punhado de poemas dele. Comprei um de literatura comentada. Encontrei-o na sua primeira fase de criação poética, em Oxford. Um Vinícius diferente. Seus sonetos cantaram dentro de mim. Ainda tenho o livrinho, todo surrado.

Creio que todo brasileiro tem uma história sua com o poeta para contar. Ele foi tão popular como nenhum outro. Estava sempre presente em nossas casas pela televisão. Era cantado nos bares, praças e ruas. Cantavam-no como expressando a si mesmos. Tenho saudades daquele Brasil.

Vinícius era tão popular que fiquei sabendo de sua morte através de uma piada rapidamente disseminada nas ruas, e tão maldosa era que não ouso repeti-la. Enfim, de primeira mão, abri o site oficial do  poeta para me reencontrar com seus poemas, e aqui reproduzo o primeiro encontrado: (JRT)

A anunciação
        
Montevidéu
Virgem! filha minha
De onde vens assim
Tão suja de terra
Cheirando a jasmim
A saia com mancha
De flor carmesim
E os brincos da orelha
Fazendo tlintlin?
Minha mãe querida
Venho do jardim
Onde a olhar o céu
Fui, adormeci.
Quando despertei
Cheirava a jasmim
Que um anjo esfolhava
Por cima de mim...
 
Vinícius de Moraes
(Rio de Janeiro, 1962)

http://www.viniciusdemoraes.com.br/?id_rubrique=3

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