domingo, 3 de novembro de 2013

Um soneto de Shakespeare


Quando penso que tudo o que cresce
Guarda em perfeição só um momento,
Que este imenso palco, sem desvendar, apresenta
O que as estrelas influenciam em segredo;
Quando noto que os homens, como as plantas,
Vivem e morrem sob o mesmo céu,
Gabando-se de um viço que se esvai,
E de todas as bravatas imemoriais;
Então a vaidade desta breve permanência
Faz-te mais jovem ante meus olhos,
Onde o Tempo perdido se debate com a Morte
Para transformar teu dia de juventude em noite escusa;
E sempre combatendo o Tempo pelo teu amor,
Se de ti ele roubar, mais uma vez te recomponho.

Nenhum comentário: