sexta-feira, 17 de abril de 2015

Crepuscular Poema da Folha Caída (JRT)


                                                                                           FotoJRToffanetto

POEMA CREPUSCULAR

Da Folha Caída
a árvore,


em gratidão à luz que lhe deu passagem à vida, garante atmosfera benigna para todos da Terra por transformar o tóxico, pesado e escuro CO2 em puro e leve, muito leve e transparente oxigênio. Luz e água em alquimia.  

Oferta à Luz

o seu trabalho em busca da perfeição. Alcançe das formas no calor das cores para um perfumado cálice de néctar, dizem as criaturas aladas. 

As folhas 

compõe canção com o vento. Sombra para o frescor regenerativo a todas criaturas. Nelas os pássaros fazem seus ninhos e cantam ao sol levante. Em seus galhos uma balança para sonhos leves, muito leves, igual ao saber (sabor) dos seus frutos. 

Desde o acordar da semente 

a brotar para a luz onde finca raízes na terra, à Grandiosidade devolve no dia outonal de suas folhas, um rasto de cores aonde apenas havia a da fotossíntese. 

Logo estará seca, 

retorcida, ao léu do vento invernal, talvez amparada por uma pedra fria. Mas as cores da célula máter que agora revela, a mesma da porta da eternidade, dá-lhe passagem, folha a folha caída.

Em seu último alento 

de vida foliar a razão da árvore em Presença Infinita. Crepuscular poema ao sol poente que nela se guardou para iluminar a travessia dos filhos da Luz, 

a Poesia. 

(JRToffanetto)


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