Jorge de Lima MINHA SOMBRA
Passei uma vida sem conhecer o poeta. A Internet, o Google sem parar de nos maravilhar... Foi só digitar poetas surrealistas brasileiros e se abriu uma penca deles, simples e fácil assim. Foi-me privilégio conhecer uma pequena fração do fazer literário de Jorge Lima. Quanta delicadeza..., quanta meiguice no seu estado de criação... sua construção de imagens...(JRT)
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Jorge de Lima (1893-1953)
MINHA SOMBRA
De manhã
a minha sombra
Com meu papagaio e o meu macaco
Começam a me arremedar.
E quando saio
A minha sombra vai comigo
Fazendo o que eu faço
Seguindo os meus passos.
Depois é meio-dia.
E a minha sombra fica do tamaninho
De quando eu era menino.
Depois é tardinha.
E a minha sombra tão comprida
Brinca de pernas de pau.
Minha sombra , eu só queria
Ter o humor que você tem,
Ter a sua meninice,
Ser igualzinho a você.
E de noite quando escrevo,
Fazer como você faz,
Como eu fazia em criança:
Minha sombra
Você põe a sua mão
Por baixo da minha mão,
Vai cobrindo o rascunho dos meus poemas
Sem saber ler e escrever.
a minha sombra
Com meu papagaio e o meu macaco
Começam a me arremedar.
E quando saio
A minha sombra vai comigo
Fazendo o que eu faço
Seguindo os meus passos.
Depois é meio-dia.
E a minha sombra fica do tamaninho
De quando eu era menino.
Depois é tardinha.
E a minha sombra tão comprida
Brinca de pernas de pau.
Minha sombra , eu só queria
Ter o humor que você tem,
Ter a sua meninice,
Ser igualzinho a você.
E de noite quando escrevo,
Fazer como você faz,
Como eu fazia em criança:
Minha sombra
Você põe a sua mão
Por baixo da minha mão,
Vai cobrindo o rascunho dos meus poemas
Sem saber ler e escrever.
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