A poesia é luz que passa por você e segue adiante.
Dadivosa, ela sempre vem acompanhada de um presente, um dom para a vida.
Se a tua alma estiver quente e úmida do sentimento que dá sim para a vida, um trovão distante lhe anunciará o arco-íris.
Quando a alma está muito úmida, o arco celeste estará duplicado.
Todo arco-íris vem do além linha do horizonte.
Tudo é fenômeno, e o que não for é parecido com morte. Morte enquanto anti-vida.
A morte é um fenômeno e também é um presente, um dom para a vida. O tudo é sempre mais, infinitamente mais.
Quem tem medo da morte tem medo da vida.
Quem canta a vida passa pela morte cantando.
A Poesia vai passando e presentes são deixados para a vida.
O resultante do que se pôde integrar e transformar é o presente que você pode oferecer para a vida, uma retribuição à Luz.
Óleo sobre tela, 1980 - por Jairo R. Toffanetto |
A vida é um altar para oferendas.
A arte é um sacerdócio da luz. O artista é seu instrumento, um cristal por onde a luz passa e segue adiante. Somos artistas da vida.
Sem conduta filosófica esta luz não passa.
Criatividade é todo estado poético filosófico.
O Caminho vem da Harmonia Cósmica. Viemos para pegar o Caminho de volta para a Luz, de volta para a casa do Pai.
Dar-se como Poesia é presente para a Luz que passa. Uma reverência em razão do quanto se pôde dela integrar.
Todos os que vivem na Luz são poetas.
Todo poeta é aprendiz do Jardineiro.
O poeta prepara a terra, o Jardineiro cuida da florescência.
O portão do jardim ainda está aberto. Se há um botão velado em você, o Jardineiro te leva até o portão. É preciso atravessá-lo.
Sem luz não há Poesia, ou apenas arremedos, versos inócuos.
O Belo é luz, a arte decorre.
Jairo Ramos Toffanetto
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