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* Foto: JRT - 07.02.2012 |
Cheguei ao fim do mundo.
Tinha de haver uma saída.
Ele estava por todos os lados.
Tinha de haver uma saída.
Em vão olhei por todos os cantos.
Tinha de haver uma saída.
Aonde ele começava ou teminava...
Tinha de haver uma saída.
Já não me lembrava de cores e perfumes.
Tinha de haver uma saída.
Não havia lugar mais distante.
Tinha de haver uma saída.
Um Jardineiro me deu um sinal para o acompanhar.
Atravessamos um abismo de rosas. Rosas de todas as cores.
Passamos por campos de girassóis, camélias...
As mais divinas, formas, cores e olores. Flores da Paixão....
Andamos tanto...
Perguntei-lhe:
- Este mundo não tem mais fim?
Ele respondeu perguntando-me:
- Vocë viu lírios naquele mundo em que fui te buscar?
- Sim, sempre haviam lírios nos pântanos.
- Um lìrio daqueles vale por estes campos.
- E porque eles nascem lá e näo aqui? Voltei a lhe perguntar.
- Porque o lírio precisa do lodo.
- E quando ele náo mais precisar do lodo.
- Então eu vou buscá-lo.
Colocando o olhar para além da linha do horizonte, ele continuou;
- Aqui temos todo um planeta a florir, e até que não mais exista lodo.
Assustado, perguntei-lhe com a voz embargada:
- Eu morri?
- Dando-me ferramentas de jardineiro, ele exclamou:
- Meu amigo, você nasceu de novo.
Naquele dia me tornei aprendiz de jardineiro.
* Fografagem de uma parede úmida e embolorada.
Jairo Ramos Toffanetto