quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Ba-te-as-a-sas-pra-mim...

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Fotos JRT
 
Quando criança, eu e outros meninos ficávamos longo tempo olhando o céu à sombra de um muro a contemplar o voo dos corvos. Eles mais plainam no ar à sabor de correntes de ventos do que batem asas.



       Havia uma brincadeira que consistia em algo mágico. Alguém apontava determinado corvo e gritava cantarolando:
       - Ba-te-as-a-sas-pra-mim...
       Tal corvo se tornava daquele que o apontou
       Quanto mais rápido ele batesse as asas, mais especial se sentia aquele que soltara o pedido. Mas se não batesse as asas contava-se até três, o tempo máximo de espera, e havendo alguém que não acertasse uma, combinávamos de todos gritarem juntos.
       Outra variação era de alguém chamar o seu corvo independentemente da vez do outro. Mas se ele acertasse muito mais que os outros, então era o momento de trocar de corvo.


 
 
Mesmo hoje, depois de meio século daquelas dádivas da meninice, ainda olho pro céu e escolho um corvo, e eu não estou brincando.
 
 
 
Jairo Ramos Toffanetto

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