Os passos dela eram de mansinho mansinho. O asfalto, a calçada... pareciam desculpar-se por serem muito duros para sua passagem. Os trólebus passavam como grandes felinos a ronronar. As pessoas de andar apressado pareciam peixinhos a nadar um pouco mais rápido. Seguíamos juntos. Eu ia abraçado, acertando meus passos aos dela.
Na esquina da Rua P. de Toledo com a Barcelar-SP, a Regina quis ficar por ali, deixar-se sob a delicada sombra de um ipê-roxo, integrar-se a tantos poemas-pétalas espalhados pela praça, respirar aquela poética, demorar-se junto à grandiosiadade do belo, beber das cores, evolar-se na aragem da Poesia, integrar-se. Ai... a natureza da flores...
Senti-me algo profano com a máquina fotográfica à mão, mas pensei "A realidade não sonha, é sonho. Que bom estar acordado para ver isto com os olhos do sentir." Tomado por um indescritível sentimento de gratidão, senti-me beatificado a cada disparo, a cada imagem da delicadeza.
Jairo Ramos Toffanetto
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