Foto JRT
Récem-casados. Meio da semana. Dia dos namorados. Eu estava sozinho em casa e a rádio Eldorado/AM tocava o recém lançado álbum "Cloud Nine" de Harrison. Ouvio-o inteiro, a mil - pura sinergia.
Quando vi a Regina pela primeira vez, senti-a como uma canção dos Beatles, sabe... algo que torna a vida benéfica para se viver, para amar eternamente, sentimento de cores, um gosto de "sim" para as coisas belas e delicadas.
A rádio compunha a magia daquele momento. Conhecera e acompanhara a trajetória dos Beatles pelo transistor. Você ligava a rádio e sempre havia mais de uma estação tocando Beatles. Foi o meu grande amor de menino. Calças curtas e pés descalços.
Liguei para a "Carlos Gomes", antiga loja de discos no centro da cidade e disse pro Paulo Copelli:
Yuri N. Toffanetto/FAAP |
Desci do ônibus um ponto mais adiante e comprei uma rosa.
Na volta comprei uma lata de leite condensado e um saquinho de chocolate granulado. Joguei a lata na água fervente até chegar no ponto de doce de leite escuro.
Quando a Regina chegou, surpreendi-a com o álbum do George Harrison e dela ganhei um beijo pela rosa. Enfim, com o disco rodando no pic-up, comemos todos os brigadeiros que eu fizera pela primeira vez na vida e, para nós, o Dia dos Namorados sempre lembra "Cloud Nine", tem gosto de "brigadeiro" e o perfume da rosa.
Abro o Facebook e vejo o meu filho Yuri postando o álbum inteiro do Harrison. Nunca vi ninguém de sua idade, e desde pequenino, tão apaixonado pelas artes. Ele é filho da Regina, do Jairo, mas também da poética beatles.
Jairo Ramos Toffanetto
Nenhum comentário:
Postar um comentário