quarta-feira, 16 de novembro de 2011

(1) Poesia marginal anos 70

O surto de biotônica vitalidade



A poesia rola de mão em mão. Poetas tomam de assalto as portas dos cinemas, bares, teatros, vão às praias e praças públicas. Montam-se shows e espetáculos, grandes happenings para a leitura de poemas. A poesia procura o espaço aberto das ruas e vai à luta. Gente e idéias novas em movimento literário-social não unificado, sobretudo comportamental, e a pipocar expontaneamente de norte a sul do país. Um poetizar bem humorado, ardiloso, alegre e instantâneo. Éra-se contra o sufoco da repressão do autoritarismo e dos valores morais e culturais hegemônicos.


PEGA LADRÃO!

Alguém tirou
um pedaço
do meu
    ~
P     O.
       Kátia Bento (RJ)


Lua Cheia

Assim que as luzes
se apagaram
acendeu-se
a chama
       IaraVieira (SE) 

     







  Régis
Bonvicino
(SP)


Agenda

Noite profunda. Sono profundo.
Esperança rasa.
       Cacaso (RJ)

en la lucha de clases
todas las armas son buenas
piedras
noches
poemas
      Paulo Leminski (PR)

Tesão

Há qualquer coisa
acontecendo
por debaixo do pano
       Franklin Jorge (RN)


todos os vícios e um mau poema
todos os vácuos e um bom poema
todos os silêncios e um problema


todas as reticências não valem um ponto final
       Marcus Vinícius de Faria (MG)


Extensão II

Pus a vida
em minhas mãos
e as mãos
no fogo...

- A vida ferveu.
       Alcides Bussi (SC)



       Paulo Leminski (PR)

quem teve a mão decepada
levante o dedo

             Nicolas Behr (DF). . .

 De Leve

Feminista sábado domingo segunda terça quarta quinta e na sexta
                                   lobiswoman
          Ledusha (RJ)


Consulta:
Abril Educação
POESIA JOVEM ANOS 70
(Literatura comentada)

 

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