Um poema se forma com peixes pulando para dentro do barquinho, o bastante para uma boa e merecida pratada aos comensais que constroem barcos, lápis, papel...
Todo poeta é cozinheiro, mas houve um tempo em que se autodenominavam poetas os que se sentavam numa touceira de barba de bode e de lá lançavam anzol acreditando pescar peixes fosforescentes. Muitos até o conseguiam. Colocavam-nos à exposição. Difícil era agüentar o cheiro.
Poeta é o cozinheiro que sabe, só pelo cheiro, a medida do pimentão para que o sabor deste não se sobreponha ao do peixe. À mesa, sabe acompanhá-lo não somente com vinho doce.
Quem não gosta de peixe por causa dos espinhos, procura por um PF (prato feito) ou por um bandejão. Fome é fome, não se discute.
Jairo Ramos Toffanetto
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