terça-feira, 15 de novembro de 2011

Todo poeta é cozinheiro

A linha de uma folha de papel é margem de rio a fluir idéias símbolos. É preciso saber da lua para entrar neste rio e pescar.
Um poema se forma com peixes pulando para dentro do barquinho, o bastante para uma boa e merecida pratada aos comensais que constroem barcos, lápis, papel...

Todo poeta é cozinheiro, mas houve um tempo em que se autodenominavam poetas os que se sentavam numa touceira de barba de bode e de lá lançavam anzol acreditando pescar peixes fosforescentes. Muitos até o conseguiam. Colocavam-nos à exposição. Difícil era agüentar o cheiro.

Poeta é o cozinheiro que sabe, só pelo cheiro, a medida do pimentão para que o sabor deste não se sobreponha ao do peixe. À mesa, sabe acompanhá-lo não somente com vinho doce.

Quem não gosta de peixe por causa dos espinhos, procura por um PF (prato feito) ou por um bandejão. Fome é fome, não se discute.

Jairo Ramos Toffanetto

Nenhum comentário: