Não me importo de andar pelas ruas da cidade esticando o pescoço para a poesia. Como é difícil se despedir das curvas (ruas) de Maysbel.
Oh Maís, Maís...
Oh Maís, Maís...
Daquilo que se derrubou, ou do horizonte que edificações entrincheirou, inesperadas fontes de prazer brotam aos olhos e aos sentidos. O mais antigo é sempre novo.
As fotografias da minha cidade também me surpreendem. Na foto acima, a Serra do Japi parece elevar-se como uma vaga dos antigos mares rasos que ela foi um dia. Daí a sua formação rochosa em quartzo e fina camada de terra que a cobre com mata nativa.
Quer dizer, mesmo que parem os incêndios provocados por especulação imobiliária, a serra, por si só, ficará como o Morro do Murça, totalmente pelada. As ações de hoje apenas abreviam o tempo de vida dos cem quilômetros quadrados de floresta.
Enfim, moro a quase cinco quilômetos desta antiga beira de praia. Hoje, em que valha o Tombamento Ecológico Paisagístico desta floresta de mata atlântica e também tropical, ela continua pertencendo aos macacos e tatus, ao lobo-guará, aos saís-açús, e a todos os bosquímanos, além, é claro, dos vitais insetos polinizadores, mas se sujeita aos insetos povoadores é porque Jundiaí ainda não a descobriu como o mais belo bosque que toda cidade gostaria de ter, ou pelo mesnos aquelas que já alcançaram o patamar de civilização.
Parece-me que a Serra do Japi só pertence aos idealistas. Aziz Ab'Saber que o diga..
Oh Maís, Maís...
Parece-me que a Serra do Japi só pertence aos idealistas. Aziz Ab'Saber que o diga..
Oh Maís, Maís...
Jairo Ramos Toffanetto
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