quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A Serra do Japi e Maís




Não me importo de andar pelas ruas da cidade esticando o pescoço para a poesia. Como é difícil se despedir das curvas (ruas) de Maysbel.

Oh Maís, Maís...
Daquilo que se derrubou, ou do horizonte que edificações entrincheirou, inesperadas fontes de prazer brotam aos olhos e aos sentidos. O mais antigo é sempre novo.

As fotografias da minha cidade também me surpreendem. Na foto acima, a Serra do Japi parece elevar-se como uma vaga dos antigos mares rasos que ela foi um dia. Daí a sua formação rochosa em quartzo e fina camada de terra que a cobre com mata nativa.

Quer dizer, mesmo que parem os incêndios provocados por especulação imobiliária, a serra, por si só, ficará como o Morro do Murça, totalmente pelada. As ações de hoje apenas abreviam o tempo de vida dos cem quilômetros quadrados de floresta.

Enfim, moro a quase cinco quilômetos desta antiga beira de praia. Hoje, em que valha o Tombamento Ecológico Paisagístico desta floresta de mata atlântica e também tropical, ela continua pertencendo aos macacos e tatus, ao lobo-guará, aos saís-açús, e a todos os bosquímanos, além, é claro, dos vitais insetos polinizadores, mas se sujeita aos insetos povoadores é porque Jundiaí ainda não a descobriu como o mais belo bosque que toda cidade gostaria de ter, ou pelo mesnos aquelas que já alcançaram o patamar de civilização.

Parece-me que a Serra do Japi só pertence aos idealistas. Aziz Ab'Saber que o diga..

Oh Maís, Maís...
Jairo Ramos Toffanetto

Nenhum comentário: