terça-feira, 3 de setembro de 2013

A história de São Fernão Capelo


"Deve haver outra coisa, na vida, além de lutar por uma simples cabeça de peixe" e... "Neste lugar havia tanto para aprender acerca do vôo como houvera na vida que deixou pra trás. Mas com uma diferença. Aqui havia gaivotas que pensavam como ele. Para cada uma delas o mais importante na vida era olhar em frente e alcançar a perfeição naquilo que gostavam de fazer: voar." (do livro 'Fernão Capelo Gaivota', de Richard Bach

Na vida real - a da humanidade - um Fernão destes viraria santo. Fizera coisa que só santo faz. Depois apareceram os milagres sobre as chagas suporosas. Rapidinho viraria santo milagreiro. Fizeram uma capelinha e logo foi canonizado, depois esculpido em bronze e colocado sobre o telhado da capelinha.  

- Quanto a nós, pobres mortais, voltemos às cabeças de peixe, ao repasto sobre restos, diziam as pessoas do povoejo.

Um dia Fernão voltou depois de muitas galáxias de voo.













Se esta história fosse como as parecidas, repetir-se-ia o mesmo final: ninguém o ouviu. Ninguém acreditou que poderia voar como ele, afinal eram de carne e ossos.

Por interesse escusos, alguém - um tremendo egoísta - quis acabar com aquela história que estava mexendo muito com a cabeça dos mais jovens. Para provar que ele era sobrenatural, deu um tiro nele, e Fernão foi abatido em pleno voo.

Quando um filho começava exercitar suas asas além da conta, logo os pais o advertia:
- Você quer tomar um tiro assim como ocorreu com o São Fernão?

Mas não foi o fim. A moçada iniciou o mesmo processo do Fernão. Logo, todos do lugarejo voara para os confins do cosmo ao encontro de muitos planetas de homens gaivotas e os ensinaram voar e, inclusive, a se desviarem de tiro.

Bem, para acabar com a história do acontecido no planeta do Fernão, lá ficaram só os egoístas, um atropelando o outro. Era tiro pra todo lado. E quando já não aguentavam mais aquele modo de vida, quiseram aprender voar, mas era tarde demais. Não demorou muito para explodirem com o planeta.


Jairo Ramos Toffanetto

Nota: Esta história foi escrita  de bate pronto e pode ser revisada a qualquer momento. Alguém aí pode revisar o portugues para mim?

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