Uma trilha no meio do mato. Cheiro de capim gordura. De mansinho mansinho vai caindo a tarde. Doce melancolia. Passarinhos cruzam os céus em bandos. Aninham-se nas copas da árvores. Uma crianca brinca com flauta de bambú assoprando-a. Crepuscular lusco-fusco. Solitária casinha pequenina, crescendo ao fundo da estrada. Fumaça branca na chaminé.. Cheiro de torresmo se adensando por todo o vale tem gosto de viola chegando ao fundo do peito. E chega pertinho da gente.
- Oh de casa...
Apresentações, troca de honrarias. Convite para a beira do fogão à lenha. Meu pai cantou modinhas antigas. Crepitar do fogo. Causos mateiros. Era noitinha quando jantamos na casinha pequenina. Céu risonho de estrelas. O dono da casa nos levou de carroça à fazenda do meu avô, pai de minha mãe, a dona Floripes. Histórias de assombração no piar da coruja. Estávamos em Guaxupé-MG. Eu tinha seis anos de idade. Vivi uma eternidade. Quando na adolescência encontrei-me com Guimarães Rosa, eu já conhecia algum pano de fundo de seus livros, os rincões para o lado de Guaxupé-MG. (JRToffanetto)
2 comentários:
Casa com muitas janelas, normalmente azuis. Varanda ampla. Meia porta da cozinha para o quintal. Galinhas siscando. Fogão de lenha estalando. Pinguinha boa... Eta vida marvada... Chão de tijolo batido. Forro? Nem pensar. Sabiá laranjeira anuncia o alvorecer. Sítio... Quanta recordação.
Fernando, temos o privilégio de te-la conhecido. Carregamo-la dentro do peito.Seus cheiros, seus sons, suas cores. Sentimentos estes em que até as paredes falam.
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