quinta-feira, 10 de abril de 2014

As Musas e Nêmesis, as vilarenses

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Aninha Eureka esteve sob as luzes das vitrines. Brilhava nos olhos de quem a via. Suas roupas eram o que lhe vestiam. Postada para ser vista, admirada, invejada. Olhares esquivos... Um dia a tiraram dali. Despida, tudo lhe escureceu. Tiraram-lhe a cabeça, braços e pernas. Fizeram-lhe a desmesura de colocá-la numa lixeira de calçada e partes no chão. Sua boca ainda pintada de vermelho pediu vingança aos céus. As Musas e Nêmesis a ouviram.

16.03.2014 - 0216.03.2014 - 02:37 h - FotoJRToffanetto
Artistas a resgataram. Nunca sentira tais olhos sobre ela. Fotografaram-na de muitos modos e, depois, levaram-na para o quintal da casa deles. Lá, e por uma eternidade, sentiu olhos de sol e lua sobre ela, cheios de verdade, de sonhos reais, e que nunca se desviaram dela.

O vermelho da sua boca se desfez. Fez-se real sua nudez. O sentimento de vazio cedeu espaço para o espaço. Sua cabeça e braços são dos poetas do incidente, dos músicos pássaros, dos artistas plásticos, e o mundo ficou melhor com as deusas vilarenses. 

O bem nunca mais precisou ser compensado com o mal em nome do equilíbrio, em nome da Harmonia. A espada de Nêmesis foi deixada aos pés da Justiça.

JRToffanetto



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