Domingo-do-pé-de-cachimbo
No telhado a
tarde chove.
Sob o
telhado, bebo-a pelos ossos.
Fundindo-a
na pele, ribombo trovões.
Antes do
arco-íris, do espelho de lagos e rios,
Deito-me com
a chuva, sou tempestade mansa,
Sou chuva fina,
estou na terra molhada.
Sou aragem
úmida, pássaros do poente.
E quando vem
a noite, cubro-a de estrelas.
Estou no
pingo de chuva, gôsto de orvalho.
E quando
durmo, descanso meu sonho.
Sou Dia-Luz,
terra úmida.
Estou nas notas de um bandolim.
Sou domingo-do-pé-de-cachimbo
JRToffanetto
Nenhum comentário:
Postar um comentário