quarta-feira, 23 de abril de 2014

Octávio Paz, O Labirinto da Solidão

Escritor mexicano prolífico cuja obra abarcou vários gêneros, é considerado um dos maiores escritores do século XX e um dos grandes poetas hispânicos de todos os tempos.

100 anos do nascimento de Octávio Paz em 31 de março deste ano

O Labirinto da Solidão, publicado pela primeira vez em 1950, trata-se de uma importante tentativa de situar o homem mexicano e também o latino-americano no contexto histórico mundial, considerando seu universo mental e realidade local.
 
"(...) Gente das cercanias, moradores dos subúrbios da história, nós, latino-americanos, somos os comensais não convidados que se enfileiraram à porta dos fundos do Ocidente, os intrusos que chegam à função da modernidade quando as luzes já estão quase apagando - chegamos atrasados em todos os lugares, nascemos quando já era tarde na história, também não temos um passado ou, se o temos, cuspimos sobre os seus restos; nossos povos ficaram dormindo durante um século, e enquanto dormiam foram roubados - agora estão em farrapos; não conseguimos conservar sequer o que os espanhóis nos deixaram ao ir embora; apunhalamo-nos entre nós... Não obstante, desde o chamado modernismo de final de século, nestas nossas terras hostis ao pensamento brotaram, aqui e ali, dispersos mas sem interrupção, poetas, prosadores e pintores que são comparáveis aos melhores de outras partes do mundo. Seremos agora, por fim capazes de pensar por nossa própria conta? Poderemos conceber um modelo de desenvolvimento que seja a nossa versão da modernidade? Projetar uma sociedade que não esteja fundamentada na dominação dos outros e que não termine nem nos gelados paraísos policiais do Leste nem nas explosões de náusea e ódio que interrompem o festim do Oeste?" (Octávio Paz, O Labirinto da Solidão)
  

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