segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Morando na pálpebra

Entre a área coberta da lavanderia de casa e o terraço sobre a garagem, há um retângulo de céu. Ponho a água esquentar para o café. Sio pela porta da cozinha para, num instante, reverenciar o céu. Na intervenção da luz sob o escuro da noite havia um apaixonante tom violáceo. Fiquei de olhos postos tentando manter o sentimente ocorrido numa fração de segundo, mas o céu já era outro. Voltei para a claridade bruxoleante da cozinha e feichei os olhos por uns momentos para, novamente, por os olhos no céu. Tom para um indelével lilás estava presente, e outro sentimento passou por mim. Agora, depois de carregá-los até o nascer do sol e mentalmente irradiado estas cores por toda a manhã, ao sol do meio dia compreendi o movimento: tudo está. Escrevo destes fenômenos luminosos que deixaram suas impressões morando em minha pálpebra.


Jairo Ramos Toffanetto

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