domingo, 4 de março de 2012

DESENHE ESTA CANÇÃO


Desenhe esta Canção

Livro reúne obras inspiradas nas músicas do álbum “Tropicália”, um clássico da MPB
por Barbara Heckler

O termo Tropicália batizou o mais radical movimento cultural já surgido no país. Nada ficou de pé. Suas cores, aliadas ao som das guitarras, se opunham ao tom cinzento e ao consevadorismo musical das canções de protesto. As ideias sobre o Brasil embutidas nas letras dos tropicalistas minaram a divisão entre direita e esquerda, uma bipolaridade que só seria questionada muitos anos mais tarde, com a queda do Muro de Berlim.

O álbum musical que marca o movimento é Tropicália ou Panis et Circencis, de 1968, elaborado coletivamente por Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Os Mutantes, Tom Zé, Torquato Neto, Capinam e o maestro Rogério Duprat. Quatro décadas depois de seu lançamento, a pesquisadora Ana de Oliveira convidou escritores e artistas plásticos para reinterpretar, à sua maneira, cada uma das 12 faixas do disco-manifesto. O resultado foi reunido em um livro pela editora Iyá Omin. Entre os convidados, estão o renomado grupo assume vivid astro focus, liderado pelo artista brasileiro radicado em Nova York Eli Sudbrak, o compositor Jorge Mautner e o ilustrador Rico Lins.
(Fonte: Revista BRAVO (159)

Separei três desenhos:

Obra de assume vivid astro focus, baseada na música Panis et Circencis - Do texto da escritora Noemi Jaffe: "A melodia segue simples, repetitiva e ingênua, quase como uma canção de roda infantil, até o momento em que sofre algum tipo de falência generalizada e fenece antes de terminar, como se Os Mutantes não suportassem mais as pessoas na sala de jantar, espécie de refrão que se repete ad infinitum."
Obra de Ray Vianna, baseada na música Hino do Senhor do Bonfim - Do texto do músico Jorge Mautner: "É um hino que nos convoca a celebrar a paz e a concórdia, ao mesmo tempo em que celebra a vitória em batalhas. É uma emoção-sensação de suprema simultaneidade e ênfase no amor e na misericórdia, é também a simultaneidade do profano com o sagrado. É Jesus de Nazaré e os tambores do candomblé"
Obra de Ernane Cortat, baseada na música Miserere Nobis - Do texto do antropólogo Hermano Vianna: "Quem faz a vez de coro são flautas, fagotes ou vozes que parecem vir de um coral de anjos barrocos amalucados, que nunca repetem o 'sentido' do que é dito por Gil, mas parecem estar ali para confundir, rir, dispersar, propor linhas de fuga, contradizendo o que pode restar de certeza no canto principal"
Os Mutantes  (Panis et Circencis)

 
Um marco na nossa história musical.

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