O mais velho entre nós, se não estagnado e a cheirar gases mefíticos, é o que mais se reformulou e, por isso mesmo, o mais remoçado, o mais moço entre nós. Parar de crescer, de reformular(-se), é envelhecer. Envelhecer é caminhar com sombra da morte. A sombra do velho remoçado é branquinha branquinha, da cor da alma. Quem parte cheirando mofo fica guardado até que ele se ponha em movimento, até que tire o pó dos tempos.
Quem caminha livremente não carrega o peso de si mesmo e pode voar para horizontes novos. Quem busca o novo salta do puleiro e se junta a outros em pleno vôo, descobre o caminho dos ventos e não carrega o pó da escuridão insalubre. Briga com gaivotas famintas e nada lhe falta. Com os pés no chão descança nas nuvens, busca o néctar para se assentar à mesa da Bondade Maior e beber na mesma taça das criaturas de luz. Todo o resto é só surreal.
Jairo Ramos Toffanetto
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