quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Eterno verão


O poeta tem
uma cigarra dentro do peito.
Para aquela cigarra
o verão é permanente.

"Se assim é para a cigarra, também o será para o poeta, do contrário, todos nós não o seríamos. Às vezes a cigarra vai embora, e quando, poeta é aquele que ao vê-la (sentir) do lado de fora a tem novamente dentro, e vice-versa/versar (universar)."  Foi o  que escrevi quando a Regina achou um rascunho escrito a lápis num quadradinho de papel e o colocou junto a mim, ao lado do "note".

O texto escrito na imagem acima é como um haicai, ou pelo que entendo como haicai, isto é, quando nele,  enquanto composição, nada mais cabe e para que todas as possíveis imagens possam ser sentidas por aqueles que com ele entrem em contato.

Talvez seja por isto que não me ocorreu escrever outro. Enfim, somos a Poesia, a Poesia Maior. Um dia estes lampejos se tornarão um sol. Deixaremos o eclipse se... dele, já agora,  por conduta filosófica, procuramos sair para a Luz. Se nele, já agora, a cigarra vem cantar dentro.

JRToffanetto
 
 

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