Edição de Imagem por Yuri N. Toffanetto |
Era um monstro de verdade, o pior dos dragões. Diferentemente dos seus pares que se alimentavam das misérias humanas, não perdia oportunidade para pôr suas garras nos mais belos sonhos dos seres humanos, arrastando-os para a sua caverna onde os admirava, eternamente. Ainda bem que era assim, pois haviam pessoas que, piores que dragão, eram incorrigíveis espicaçadores de sonhos.
(....) Ruminava... Bastara aquela vez em que dera uma escapadinha da caverna, e um guerreiro, cujo nome era Jorge, surpreendera-o e combatera-o até a Lua. Depois fizeram do homem um santo, idolatraram-no de modo que ninguém mais precisava repetir a façanha. Fizera coisa de santo, só pra santo, é o que as pessoas engoliam. Passado o tempo, embora o culto permanecesse, pouco se sabia do santo guerreiro e menos ainda do tal dragão. Garantia-se, assim, a continuação daquela sorte.
(...) Até a Lua imortalizou o combate, exibindo-o exemplarmente nas noites de lua cheia.
Veja o conto:
* Sob o pseudônimo de "Ribeirinho do Guapeva", este conto foi o vencedor do “6º Concurso Literário” promovido pela “Fundação Cultural de Canoas”(RS).Jairo Ramos Toffanetto
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