quinta-feira, 31 de maio de 2012

James Gang - Alexis (Bang)- 1974(em Poemas-de-Sol

Uma grande "American Band"









Provided to YouTube by Rhino Atlantic Alexis · James Gang Bang ℗ 1974 Atco Records Writer: Cook Writer: Tommy Bolin




Tommy Bolin - Guitar

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Fausto Fawcett, os Robôs Efêmeros e as Louraças....

Fausto Fawcett (Rio de Janeiro), os Robôs Efêmeros e as Louraças.... clássico dos 80. E pensar que na época a música foi negativamente criticada por que tinha o grito: CALCINHA! Se eles soubessem o que ainda estava por vir....















O jornalista, autor teatral e roteirista Fausto Fawcett surgiu na noite carioca com suas performances misturando música, teatro e poesia no começo dos anos 80. Em 87, uma de suas criações foi gravada em formado de rap, "Kátia Flávia

 

terça-feira, 29 de maio de 2012

A poesia é imune à raiva

Nenhum morcego conhecerá o sabor das coloridas borboletas porque estas são da luz. Como transmissores da raiva e cativos do breu, as cores da poesia certamente envenenaria o sangue deles. A Poesia é imune à raiva.Tais morcegos comem mariposa por causa da atração desta pela luz. Elas preferem queimar-se na lâmpada ou morrerem exaustas tentando entrar no globo do que cair na boca das trevas.

Em bosques ensolarados, nasce uma borboleta para cada mariposa que escapa das trevas ou tomba diante da luz.

Jairo Ramos Toffanetto

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Homem x Animais - O respeito





Uma foto criativa.






Quanto ao significado que possa transparecer como um cumprimento entre iguais na relação de camaradagem, creio-o possível, especialmente por ser com a mão de uma criança com uns quatro anos de idade . O homem, em geral, não tem tamanho, ainda, para se integrar deste modo com os animais. Quando se vira egoísta é perdido o respeito, especialmente para consigo próprio, que dizer para com os outros, entre estes, os animais.

Enfim, alguém segurou a pata do gatinho para o clic fotográfico.

Jairo Ramos Toffanetto

domingo, 27 de maio de 2012

The Sensational Alex Harvey Band - Midnight Moses


Alex Harvey,
depois de uma longa carreira solo com onze discos, grava o primeiro da trajetória "The Sensational Alex Harvey Band'". O que viria a seguir foi uma explosão de sucesso, especialmente com o disco "Next" com o qual conheci a banda. O mais puro vaudevillian-hard-bluesy-rock & roll já feito no velho mundo e um dos melhores entertainers da história do rock.

 Song "Midnight Moses" (1972):



Topo da evolução - Orquídea



 Cliqque na foto para vê-la em modo ampliado

As flores são o topo da evolução que a natureza, em permanente movimento, pode alcançar através dos espécimes vegetais.

Jairo Ramos Toffanetto

Adios Nonino - Buenos Aires Hora Zero



A serviço da expressão musical, o bandoneon  de Piazzolla falava. Em Adios Nonino, a linguagem do intagível em doçura tímbrica. (JRT)




Astor Piazzola interpreta "Adios Nonino" con la Sinfónica "Cologne Radio Orchestra" de Alemania. Extraído del documental "Astor Piazzolla: The Next Tango"



43. International Choir Contest Tolosa, Spain. Certamen Coral de Tolosa. This is a service of Choral Festival Network (CFN) www.choralfestivalnetwork.org Mixed Choirs Folklore, October 30 2011

sábado, 26 de maio de 2012

A baleia e o homem (crônica sobre uma foto)



Desde tempos imomoriais, a baleia conhece o homem. Neste registro fotográfico, ela não se aproxima apenas dele, mas de toda a nossa espécie, o mergulhador também. Ela apresenta uma feição afetuosa. Veja o "olhinho" que ela faz. Às vezes ela se sente tão sozinha nos mares sem fim... Nunca perde a oportunidade de estar diante de criaturas inteligentes. Assim como ela põe a cabeça pra fora do aquário para ver o mundo acima da superfície da água, o homem põe a cabeça no aquário para ver o caldo original.

Tenho carregado esta baleia no colo desde que a vi. Ainda roço sua pele lisa contra a minha face. Ela sabe de coisas que nem sonha a nossa imaginação. Conheceu o continente de MU e Atlantis. Ela lê nas algas a origem do homem. Viu os primeiros hominídios do planeta. Cantou-me que mudanças cíclicas são inevitáveis, e que estamos às portas de outra. Havia uma nesga disto no seu olhar para com o mergulhador. 

Ela foi uma das poucas das grandes espécies que do mar para a terra, mas ficou para guardar estas histórias e, um dia, contar para a humanidade. Temos um lápso de memória em nossa constituição. Aquela que guarda e aprende. A baleia teme que muitos de nós não estão preparados para estas mudanças. Uma coisa ela sabe. Mais uma vez os mares ficarão livres dos homens desmemoriados.

Jairo Ramos Toffanetto

sexta-feira, 25 de maio de 2012

A beleza está

aonde?


Aqui


Ali





aonde mais?




em tudo está


está no objeto ou nos olhos de quem vê?










e sente





Agradeço ao amigo JLPrevidelli por ter me enviado estas fotografias da Internet.
Jairo Ramos Toffanetto

Fátima Guedes em quatro músicas suas

Uma das mais admiráveis compositoras da MPB - Música Popular Brasileira (Composições: Fátima Guedes)






As duas músicas abaixo foram encontradas através da internet argentina.





Cheiro de Mato (Fátima Guedes):

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Argentinos x Brasileiros (crônica) - Astor Piazzola e Amelita Baltar - Balada para un loco



Gosto do modo como argentinos respondem as perguntas da imprensa brasileira.
1) Nesta semana, Herrera, centro avante argentino do time do Botafogo do RJ, disse "Não!" quando um jornalista de campo da Rede Globo lhe perguntou se ele queria escolher uma "musiquinha" para fazer fundo aos seus três gols contra o São Paulo F.C. em apresentação logo mais à noite pelo programa "Fantástico". Incrédulo, o repórter ainda tentou mais três vezes, e nada. Depois, em seu "twiter" expressou seu repúdio. No dia seguinte a imprensa de várias partes do país acabou com ele, e foi tão forte que ele retirou seu "textinho" da Internet.
2) Lembro-me do time do Palmeiras da década de noventa. Época em que o país parava para ver o meu time jogar o melhor futebol do mundo. Mancuzo, meio de campo do time, foi cconvidado para um programa de televisão horas depois de um jogo de domingo. Perguntaram-lhe quanto ele ganhava pra jogar no "verdão". Ele respondeu: "Não vou dizer". Perguntaram porque este não. "Porque na Argentina ninguém pergunta estas coisas. Lá ninguém expõe sua privacidade" Insistiram com ele. "Como posso dizer o quanto ganho se sei que neste exato momento a televisão pode estar ligada num número incalculável de casas que mau tem o que comer."
3) Astor Piazzolla apresentava seu último trabalho em São Paulo, alguns da platéia pediram para que ele tocasse "Balada Para un Loco". A resposta: "Procurem ouví-la em meus discos".

Enfim, entendo que tais respostas abrem inúmeros e importantes conflitos para o crescimento. Penso que um povo pode se tornar melhor aprendendo com as qualidades do outro, e que a vida pode se tornar uma celebração da liberdade de ser e estar.



Balada Para un Loco

Las tardecitas de Buenos Aires tienen ese que se yo, viste?
Salgo de casa por Arenales, lo de siempre en la calle y en mi...
Cuándo, de repente, detras de un árbol, se aparece el.
Mezcla rara de penultimo linyera
y de primer polizonte en el viaje a Venus.
Medio melón en la cabeza,
las rayas de la camisa pintadas en la piel,
dos medias suelas clavadas en los pies
y una banderita de taxi libre levantada en cada mano.
Parece que solo yo lo veo,
Porque él pasa entre la gente y los maniquíes le guiñan,
los semáforos le dan tres luces celestes
y las naranjas del frutero de la esquina
le tiran azahares.
Y así, medio bailando y medio volando,
se saca el melón, me saluda,
me regalo una banderita y me dice:

(Cantado)

Ya sé que estoy piantao, piantao, piantao...
No ves que va la luna rodando por Callao,
que un corso de astronautas y niños, con un vals,
me baila alrededor... ¡Bailá! ¡Vení! ¡Volá!
Ya sé que estoy piantao, piantao, piantao...
Yo miro a Buenos Aires del nido de un gorrión
y a vos te vi tan triste... ¡Vení! ¡Volá! ¡Sentí!...
el loco berretín que tengo para vos.

¡Loco! ¡Loco! ¡Loco!
Cuando anochezca en tu porteña soledad,
por la ribera de tu sábana vendré
con un poema y un trombón
a desvelarte el corazón.

¡Loco! ¡Loco! ¡Loco!
Como un acróbata demente saltaré,
sobre el abismo de tu escote hasta sentir
que enloquecí tu corazón de libertad...
¡Ya vas a ver!

(Recitado)

Y asi diziendo, el loco me convida
a andar en su ilusión super-sport
Y vamos a correr por las cornisas
¡con una golondrina en el motor!

De Vieytes nos aplauden: "¡Viva! ¡Viva!",
los locos que inventaron el Amor,
y un ángel y un soldado y una niña
nos dan un valsecito bailador.

Nos sale a saludar la gente linda...
Y loco, pero tuyo, ¡qué sé yo!:
provoca campanarios con su risa,
y al fin, me mira, y canta a media voz:

(Cantado)

Quereme así, piantao, piantao, piantao...
Trepate a esta ternura de locos que hay en mí,
ponete esta peluca de alondras, ¡y volá!
¡Volá conmigo ya! ¡Vení, volá, vení!

Quereme así, piantao, piantao, piantao...
Abrite los amores que vamos a intentar
la mágica locura total de revivir...
¡Vení, volá, vení! ¡Trai-lai-la-larará!

(Gritado)

¡Viva! ¡Viva! ¡Viva!
Loca el y loca yo...
¡Locos! ¡Locos! ¡Locos!
¡Loca el y loca yo

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Adios nonino de A. Piazzolla através do Coral San Agustin (Almeria)


Acordei com um registro musical percorrendo minha mente. Lembro-me do amigo Alvarez que, sabendo eu ser um colecionador das obras do mestre Piazzolla, perguntou-me se eu conhecia a interpretação de coral de Adios Nonino. Senti que chegara a hora de devolver aquela gentileza compartilhando-a com os amigos deste blogue. A música que foi escrita no leito de morte do seu pai, tem a haver com a pureza da chama, delicada como as auroras outonais. Os últimos anjos siderais ficam na terra esperando o sol abrazar. Daí pra frente,  o dia fica por conta dos homens para aprenderem a construí-lo por si próprios.

Enfim, não encontrei aquela procurada edição coralística de Piazzolla para puxar do Youtube (alguém pode me ajudar nisto?), mas ouvi várias criações variantes sobre o tema, emocionei-me com todas, mas nenhuma como a de Piazzola. Para mim, são todas dígnas, honrosas, belas, pois falo sempre de sentimentos e não de juízo de gosto estético musical.

Quem ouvir a ponto de chorar, chore e chore, lave a alma. Isto faz bem para corpo, mente e espírito. Deixe-se abrazar.


terça-feira, 22 de maio de 2012

A rosa e o patético

O que senti ao ver esta foto





Ainda se fosse uma rosa-chá, simbolo de admiração e respeito... mas a vermelha... símbolo da paixão, da volúpia sensual.

A rosa e o simbolo que a reveste bastam para ele.

Se pelo menos ele tivesse tirado da cabeça aquele horroroso cobertor de orelhas... Nenhum galanteio. É preciso tamanho para empunhar uma rosa na frente de uma mulher.

Assim como as mulheres nascem sabendo das flores, os homens deveriam saber do cortejar. Adolescente nesta idade pega mau.

Apesar das mulheres estarem sempre prontas para amparar as flores, não creio que ela pegou esta rosa. Uma rosa vermelha... Pois ela saltou para as "vias de fato" e achou um horror, algo bestial.

Seria diferente se ele lha apresentasse dizendo que a destacara do seu jardim.

"Não me consta que você possa com um jardim;" Responderia ela.
"É o jardim meu coração, e as flores que cuido pertencem a você"
"Oh que meigo", diria ela.

Esta é a história que eu gostaria de ter sentido,
mas vejam como ela olha bem para ele. Perscruta-lhe a alma. Lê o que ele não disse, o que ele não ousaria dizer,  o que seria incapaz de dizer, e até, o nada a dizer. Lê a primeira das intenções e todas as subsequêntes. Nada lhe escapa. E tudo numa fração de segundo. Ao voltar para si mesma, descobre-se com nojo e lhe diz:

"Desculpe-me, mas vocè me confundiu com outra pessoa. Com licença, tenho mais o que fazer".

Mas ele se colocou novamente à sua frente com a rosa em botão. Foi quando a câmera fotográfica foi acionada. Então ela o decapitou, dizendo:

"Nem morta eu aceito as suas intenções. Você não se encherga, não?" Mas ele continua à frente dela com cara bobo.

Ela abre caminho lhe dizendo: "Vai te catar". Às vezes é necessário uma linguagem nua e crua para se fazer entender, especialmente ante a ogros e bruxas.

Sozinho, o homem da rosa começou despetalá-la dizendo: bem-me-quer / mau-me-quer, mas perdeu o interesse, e a rosa desmembrada ficou caída no meio da rua. Um jumento a levou presa no casco.

Jairo Ramos Toffanetto

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Facebook dos acéfalos congênitos e basbaques de plantão


Vejo o Facebook assim como vejo televisão: só pra ver o que está dando e desligo, mas quando encontro coisas legais e outras pretensamente legais, não há como deixar de interagir, afinal, o melhor do Face é a interação livre, e melhor ainda se provocativa e criativamente hilária. Nem exigo comentários bem bolados. Gosto de provocar pra ver se aparece alguém fazendo uso da massa encefálica, mas... debalde.



Vi escrito por uma amiga virtual:  "Tem muito palito de dente se achando fio dental" .


Tantos verborrágicos "kákáká(s)" e prolíxos "rs", nos dez comentários encontrados e em côro com trinta pessoas que assinalararam o "curtir", que eu não pude deixar de desmontar aquela frase de aceitação unânime comentando o seguinte:

"Bobagem do palito, pois ele é mais multi-funcional que muito fio dental metido a cordão cheiroso".

Fiquei ligado àquela página enquanto criava nova postagem para o meu blogue. Em menos de dez minutos meu comentário foi excluído, e tome mais kákáká






Salvos excessões,e felizmente não são poucas, o FB virou um instrumento de estagnação mental apropriado a basbaques de plantão.

Jairo Ramos Toffanetto

domingo, 20 de maio de 2012

Quatro a Zero - Bolacha Queimada


"O Quatro a Zero amplia os horizontes do choro sem destruir suas bases e aponta para o futuro reverenciando os mestres de todos os tempos." (Maurício Carrilho)

Bolacha Queimada - composição de Radamés Gnattali
Teatro Polytheama - Jundiaí/SP - 2007
Lucas da Rosa (bateria) - Eduardso Lobo (guitarra) -
Daniel Penteado (baixo) - Daniel Muller (piano)

Capa do primeiro cd "Choro Elétrico)

O gato e o fotógrafo




O homem vê um gato e vice-versa, mas me  parece que
o gato olha para o fotógrafo que, de repente, entrou como outro elemento à cena, e muito estranho com uma câmera às mãos. Um movimento mais brusco e o gato, sentindo-se ameaçado, escapa para um lugar mais seguro.

                                                               Jairo Ramos Toffanetto

sábado, 19 de maio de 2012

Marco Pereira tocando "É Doce Morrer no Mar", de Dorival Caymmi




Registro do grande violonista Marco Pereira tocando "É Doce Morrer no Mar", de Dorival Caymmi, no violão n.09 do luthier Guarany Lavor. Este vídeo foi gravado no dia 15 de Março de 2011 após o show realizado no CCBB, em Brasília.O audio foi captado diretamente pela filmadora e não passou por nenhum tratamento posterior.



Dorival Caymmi: 1914 - Salvador (BA); 2008 - Rio de Janeiro (RJ)

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Polícia sem acento agudo

Micro-crônica a partir de uma foto encontrada na internet:


Cada um atira no outro o que de melhor tem para dar.
                                                      (JRToffanetto)


Obra de arte em composição fotográfica


  
Quem disse que deuses não descem ao nosso planeta?

Pois descem, encontram-se, e até podem ser fotografados.

Eles vem para nos ampliar a consciência, para fazer os nossos corações bater em plenitude, em perfeição, e também são sensíveis ao disparo fotográfico.

Mostram-nos o belo através da eternidade que há nos gestos poéticos - o melhor que há em nós -, o ir ao encontro do outro, a pureza das intenções, a sublime delicadeza. A integração cósmica é possível sim.

 É excelso o tanto que cada um pôde integrar da Grandiosidade.


O melhor que há em nós chama-se Eternidade. 

Jairo Ramos Toffanetto

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Cão e gato - Aprendizagem do amor


Google Imagens

"Há se não fosse a vidraça... estas grades... o fosso da rua entre os edifícios... estaríamos brincando como cães e gatos." É o que estão dizendo os bichinhos desta imagem. O gato garante que o modiscaria atrás das orelhas. O outro promete lhe dar um cafuné da cabecinha para o dorso. Queream a liberdade, o gosto pela vida. 

. . .

Um dia eles se encontraram em campo aberto. Frente à frente, o que um amava no outro parece se diluir. As juras de amor eterno nem sempre resiste aos instintos primitivos. Um só sabe morder e o outro só sabe arranhar.

O final advinhado é trágico: O gato estraçalhado e morto, e o cão sendo sacrificado por ter ficado cego. Mas o gato não se encorquilha com os pelos em pé, e o outro não ameaça com seus dentes afiados.

Diante do seu antípoda, ainda que o medo possa revelar unhas afiadas e dentes dilacerantes, o cão só queria ser gato para poder subir no alto de um poste onde só cabe um. O gato só queria ser cão o bastante para se livrar daquele bicho perigoso e babão.

Passaram o fim da tarde em pontos equidistantes da praça, olhando-se de longe. Mas não era o abismo entre eles que amavam, ou a grade, ou a vidraça.

O gato, por fim, sai correndo e o cão finalmente o alcança. Brincam a tarde toda. 

No dia seguinte foi tirado esta foto, ou, pelo menos, foi o que um passarinho me contou.

Jairo Ramos Toffanetto

Eis a crueza sem limites


Meu amigo Caio Jupert Fraga me enviou um e-mail com o título "Quando as fotos dizem mais do que mil palavras". Uma emoção só. Ontem postei a primeira delas e arrisquei uns versinhos, afinal, como já disse neste blogue "todo poeta deve saber expressar seus sentimentos", dei-lhe um título "Eis a beleza em limites". Dei-me a missão de buscar palavras, umas poucas que, afinal, pudessem caber junto daquelas fotos e, assim, devolver a gentileza do Jupert ao me enviar tais fotografias.


Não sei da história destas fotos, de que parte do mundo vieram, quem as fotografou. Pela cobertura de sapé dá pra ver que é o retrato é do Brasil. Suas paredes úmidas revelam um ambiente insalubre por dentro. Trincaduras no frontispício. Reboque caido na parede lateral. Capim deitado na foice no lugar de flores num jardim, uma horta, só pé de couve. Ceu nebuloso, cinzento, pesado. Uma fotografia de quinhento anos de idade.

O senhorzinho parece sonhar com o passado do futuro em que um dia acreditou e defendeu, e com muita honra. Pela glória de uma nação inteira ele lutou com coragem. Pela quantidade de medalhas e idade, este ex-combatente lutou na revolução constitucionalista de 1932, e pôde derrotar o mundo lá na Itália em plena Segunda Grande Guerra. Tantos sonhos, tantos ideais, e o que sobrou? Sobrou o paletó que ele guarda até hoje para carregar as pesadas medalhas de um orgulho debalde. A calça lhe deram para os desfiles anuais. Uma fantasia sobre pernas que ainda arrastam esperança. Na sua mão de dedos recurvos pelo tempo, mostram a realidade da enxada, sua baioneta no cabo de um mosquetão.

Enfim, este retrato do Brasil, ou seja lá de onde for, berra mais que mil fuzis.

 
Jairo Ramos Toffanetto

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Eis a beleza sem limites




  A arte tornada vida,
        bela e elegante do jeito que for,
        leve como os passos da bailarina.
Ver o outro feliz,
        eis a beleza sem limites,
        eis a felicidade.
             
Jairo Ramos Toffanetto

terça-feira, 15 de maio de 2012

Quando a tempestade vai embora

"Se a tua alma estiver quente e úmida do sentimento que dá sim para a vida, ouvirá um trovão distante a lhe anunciar o arco-íris."

Texto extraído da blogagem de 27 de fevereiro de 2011  http://poemas-de-sol.blogspot.com.br/2011/02/poesia-e-luz-o-belo-decorre.html

Jairo Ramos Toffanetto

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Poemas de Sol - Frases

                                                         Macrofotografia



Sempre será mais se o ego for menos
...se for nenhum.



O presente é um concentrado de passado e futuro. 
É só desdobrá-lo.



Em plena Era do Conhecimento, vive-se no mundo da imagem e não no do valor. Uma anorexia mental de fazer pena. Muita pose pra nenhum conteúdo.



Oh Maís, Maís...
Daquilo que se derrubou, ou do horizonte que edificações entrincheirou, inesperadas fontes de prazer brotam aos olhos e aos sentidos. O mais antigo é sempre novo.



Estas perguntas que o Facebook lança são pura bobagem, uma ocupação inútil de tempo. Não compartilho com isto.



Jairo Ramos Toffanetto

Andar de Bicicleta - A felicidade está no simples








No que a Regina me sugeriu escrever sobre o andar de bicicleta ocorreu-me o subtítulo "A felicidade está no simples". Duas imagens aparentemente desconexas se abriram em minha mente:

Prato com arroz e feijão, bife acebolado com gordurinha na beirada, salada de rúcula temperada com sal, azeite e limão. A imagem veio até com fumacinha evolando-se do prato sobre a mesa posta. Quando assim, você pode não estar vendo, mas criaturas de luz se assentam em sua mesa, ou porque outro motivo se faz uma oração de agradecimento antes da primeira e voraz garfada? Harmoniza-se, pois, com os alimentos da terra e do céu. Simples assim.

A outra imagem:
Jesus, o Cristo, descendo de "magrela" a rua do escadão com o vento esvoaçando sua cabeleira.

Quando você anda de bicicleta, criaturas mais leves que a pluma se assentam sobre o seu ombro, ou pelo menos dos daqueles que estão a reverenciar a vida ao desfutarem dos seus mais simples e caros prazeres e, por isto mesmo, celestiais.

Quem anda de bicicleta não tem a bunda mole, ganha a cor que o sol pode lhe deixar, oxigêna a mente, enche os olhos de luz, sente o vento no rosto, o azul do céu infinito em seu sangue.

Andar de bicicleta é parar sob uma árvore para beber da sua sombra refrescante, sentir o cheiro da chuva que se avizinha, contornar uma poça d'água cheia de céu, sentir as preciosas reflexões de luz nas cores do dia.

Andar de bicicleta é rodar macio entre versos do Criador, o Poeta Maior. É puro prazer sem esforço. É fortalecer sua existência real. É saber do céu e da terra.

Andar de bicicleta é ter uma canção nos lábios a assobiar.

O passarinho canta e voa, o homem canta e anda de bicicleta.

Jairo Ramos Toffanetto

domingo, 13 de maio de 2012

Dia das mães, eis o dia do amor original


Era dia das mães. A Regina e eu não tínhamos filhos. Fui à cidade e lhe trouxe um botão de rosa amarela, a rosa do bem querer. Até hoje, já com dois filhos bem crescidos, dou-lhe o mesmo botão. Dou-lhe o que é dela. A rosa do bem querer é pertence da mulher, pertence da beleza, do encanto, do milagre. A rosa amarela é pertence da mãe que há na mulher.


As mulheres já nascem mãe. A primeira rosa amarela surgiu no planeta quando nasceu a primeira mulher, a mulher mãe desde menininha que cresce brincando do cuidar. Amar significa cuidar. Elas nascem sabendo, e o homem aprendendo. A mulher é a perfeição, o homem uma vocação para o amar. Elas nos educam nisto. A mãe nos dá o amor, o pai o garante.



Hoje não é apenas dia da minha ou da sua mãe, mas de todas as mães do planeta. Mães de todo jeito, inclusive as desnaturadas que abandonam seus filhos à própria sorte mas, especialmente, dia das mães-mães corajosas, dia daquelas que não apenas acreditam na vida, como na Etiópia, no Sudão, em muitas regiões do Brasil e também por todas as nações do mundo pois, do contrário, sem a sua esperança, sem o seu exercício de fé, sem o seu movimento de bondade, a raça humana já teria se extinguido do planeta, ou pelo menos da forma como cada um de nós pudemos conhecer, amar, defender, sonhar...


... e trabalhar para levá-la ao patamar além do civilizacional, do evoluir até a  completude do amor enquanto força natural - nossa potência - e, daí, quem sabe, até à integração com fluídos siderais.


Pois ela nos ensinou o cuidar, a cativar pelo amor amor amor. Somos desta matriz, a matriz do amor verdadeiro. Creio neste amor original. Creio na natureza mãe. Creio no planeta mãe. Creio na fé enquanto força do amor. Creio nas lágrimas do parto da esperança. Creio na felicidade que se completa com uma mãe a sorrir feliz pela vida, pelo pão nosso de cada dia. Creio infinitamente na mulher, magicamente geradora de partos de luz. Creio na mulher encantadora, magicamente mãe.


Ah!, o plural de mais é mães.


Jairo Ramos Toffanetto

sábado, 12 de maio de 2012

Pat Metheny Group - Every summer night live Vienna 1991

"Toda noite de verão" (Every summer night)


Meu filho Yuri vive garimpando discos nos sebos da cidade. Chegou mostrando-me a capa do disco do nosso velho conhecido "group". Seu sorriso era o da felicidade por ter achado um discão. Eu estava no computador compondo um texto para o meu blogue. Depois de olhar a capa de relance, coloquei-o imediatamente para rodar no pick-up, e há tres dias assim está.

Hoje amanheceu chovendo mansinho, bem de mansinho. Típica chuva de meia estação, gosto de outono, gerando entusiasmo para esta manhã sob tão delicado fenômeno. Levantei-me e fazia o café em silêncio para ouvir a chuvinha. A segunda faixa do Lado 1 me veio ao peito, restando-me assobiá-la em vazão. Coloquei o lp para rodar e fui acordar o Yuri para mais um dia de trabalho.

Como não domino suficientemente a língua inglesa, dificilmente me ocupo com o título das faixas. Fui para a capa do disco e encontrei "Every summer night". Aí pensei que a tradução mais acertada daquele título para o Brasil é "Chuva fina de outono", e creio que para todo o hemisfério sul na zona do Trópico de Capricórnio. A faixa subsequente, Better days ahead, abre com um inconfundível ritmo brasileiro (por Marçalzinho), o que me pareceu como uma resposta a confirmar linguística tradução em meus sentimentos.

Melhores dias adiante - Better days ahead

Se esta música for acessada pelo YouTube, há uma interessante discussão entre sentimentos acalorados pelos trópicos.

Pat Metheny: Guitar
Lyle Mays: Piano, Key
Steve Rodby: Bass
Pedro Aznar: Misc Instruments
Armando Marcal: Percussion
Paul Wertico: Drums

Montaigne - Proporções entre animais e homens (1)

Michel de Montaigne em Ensaios II, cap. XII, faz uma vivaz análise da proporção entre os animais e o homem:



(...) Consideremos, pois, um momento o homem isolado... Quem me explique pelo raciocínio em que consiste a grande superioridade que pretende ter sobre as demais criaturas. Quem o autoriza a pensar que o movimento admirádavel da abóbada celeste, a aluz eterna dessas tochas brilhando majestosamente sobre sua cabeça, as flutuações comoventes do mar de horizontes infinitos, foram criados e continuem a existir unicamente para sua comodidade e serviço?

Será possível imaginar algo mais ridículo do que essa miserável criatura, que nem sequer é dona de si mesma, que está exposta a todos os desastres e se proclma senhora do universo? Se não lhe pode conhecer ao menos uma pequena parcela, como há de dirigir o todo? Quem lhe outorgou o privilégio que se arroga de ser o único capaz, neste vasto edifício, de lhe apreciar a beleza?


Que faculdade teremos ainda que não encontremos nos animais?

...As andorinhas que, na primavera, vemos esquadrinharem os recantos todos de uma casa, escolherão por acaso sem discernimeto e ponderação o mais cômodo dentre mil lugares? Quando constroem seus ninhos, tão admiráveis pela contextura, podem os pássaros adotar a forma quadrada ou redonda, o ângulo obtuso ou reto, sem conhecimento da condições e efeitos de cada uma dessas formas? Ao misturarem a água com a argila, ignorarão que aquela amolece esta? Atapetando seus palácios de musgo ou de plumas, não estarão prevendo a conveniência da moleza para os membros delicados dos filhores? Será que se resguardam do vento e da chuva e instalam seus ninhos voltados para o oriente sem conhecerem as condições climáticas e atentarem para as mais favoráveis? Por que faz a aranha sua teia mais espessa em certos lugares e por que a tece diferentemente, ora de um jeito ora de outro, se antes não pensou, e decidiu?

Pegada humana em solo lunar
Constatamos que na maior parte de seus trabalhos e obras os animais nos são superiores e que nossa arte não consegue imitar-lhes com grande êxito as realizações, e no entanto no que fazemos, inferior ao que fazem os bichos, pomos toda a nossa alma e apelamos para todas as nossas faculdades.

...Assim a estupidez deles seria mais admirável do que a nossa divina inteligência! Teríamos portanto motivo de sobra para considerar a natureza uma injusta madrasta. Entretanto erraríamos, porquanto nossa maneira de ser não é tão desordenada nem absurda.
(...)

Michel Eyquem de Montaigne (1533-1592). Escritor e ensaista francês, considerado por muitos como o inventor do ensaio pessoal. Nas suas obras e, mais especificamente nos seus "Ensaios", analisou as instituições, as opiniões e os costumes, debruçando-se sobre os dogmas da sua época e tomando a generalidade da humanidade como objeto de estudo. É considerado um cético e humanista.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Bhagavad Gita (Trechos) - Flores de lótus


"Sublime Canção" da Índia - em sânscrito: Bhagavad Gita. A epopéia milenar da evolução do homem, desde o estágio primitivo ao ego humano até às alturas do Eu divino, o Atman, no homem. Sua origem remonta ao tempo dos Vedas, cerca de 5.000 anos antes da Era Cristã.



"O Eu é o melhor amigo do ego, embora o ego seja o pior inimigo do Eu... O ego é um péssimo senhor, mas é um ótimo servidor!"

  
"Toda ação que não for praticada como um ato de culto divino redunda em escravidão".



"Envolto na matéria, como num véu, é meu íntimo Ser dificilmente cognoscível; os insensatos percebem as aparência objetivas e ignoram a presença do meu espírito, que é o imanente em todas as coisas"