segunda-feira, 14 de maio de 2012

Andar de Bicicleta - A felicidade está no simples








No que a Regina me sugeriu escrever sobre o andar de bicicleta ocorreu-me o subtítulo "A felicidade está no simples". Duas imagens aparentemente desconexas se abriram em minha mente:

Prato com arroz e feijão, bife acebolado com gordurinha na beirada, salada de rúcula temperada com sal, azeite e limão. A imagem veio até com fumacinha evolando-se do prato sobre a mesa posta. Quando assim, você pode não estar vendo, mas criaturas de luz se assentam em sua mesa, ou porque outro motivo se faz uma oração de agradecimento antes da primeira e voraz garfada? Harmoniza-se, pois, com os alimentos da terra e do céu. Simples assim.

A outra imagem:
Jesus, o Cristo, descendo de "magrela" a rua do escadão com o vento esvoaçando sua cabeleira.

Quando você anda de bicicleta, criaturas mais leves que a pluma se assentam sobre o seu ombro, ou pelo menos dos daqueles que estão a reverenciar a vida ao desfutarem dos seus mais simples e caros prazeres e, por isto mesmo, celestiais.

Quem anda de bicicleta não tem a bunda mole, ganha a cor que o sol pode lhe deixar, oxigêna a mente, enche os olhos de luz, sente o vento no rosto, o azul do céu infinito em seu sangue.

Andar de bicicleta é parar sob uma árvore para beber da sua sombra refrescante, sentir o cheiro da chuva que se avizinha, contornar uma poça d'água cheia de céu, sentir as preciosas reflexões de luz nas cores do dia.

Andar de bicicleta é rodar macio entre versos do Criador, o Poeta Maior. É puro prazer sem esforço. É fortalecer sua existência real. É saber do céu e da terra.

Andar de bicicleta é ter uma canção nos lábios a assobiar.

O passarinho canta e voa, o homem canta e anda de bicicleta.

Jairo Ramos Toffanetto

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