terça-feira, 22 de maio de 2012

A rosa e o patético

O que senti ao ver esta foto





Ainda se fosse uma rosa-chá, simbolo de admiração e respeito... mas a vermelha... símbolo da paixão, da volúpia sensual.

A rosa e o simbolo que a reveste bastam para ele.

Se pelo menos ele tivesse tirado da cabeça aquele horroroso cobertor de orelhas... Nenhum galanteio. É preciso tamanho para empunhar uma rosa na frente de uma mulher.

Assim como as mulheres nascem sabendo das flores, os homens deveriam saber do cortejar. Adolescente nesta idade pega mau.

Apesar das mulheres estarem sempre prontas para amparar as flores, não creio que ela pegou esta rosa. Uma rosa vermelha... Pois ela saltou para as "vias de fato" e achou um horror, algo bestial.

Seria diferente se ele lha apresentasse dizendo que a destacara do seu jardim.

"Não me consta que você possa com um jardim;" Responderia ela.
"É o jardim meu coração, e as flores que cuido pertencem a você"
"Oh que meigo", diria ela.

Esta é a história que eu gostaria de ter sentido,
mas vejam como ela olha bem para ele. Perscruta-lhe a alma. Lê o que ele não disse, o que ele não ousaria dizer,  o que seria incapaz de dizer, e até, o nada a dizer. Lê a primeira das intenções e todas as subsequêntes. Nada lhe escapa. E tudo numa fração de segundo. Ao voltar para si mesma, descobre-se com nojo e lhe diz:

"Desculpe-me, mas vocè me confundiu com outra pessoa. Com licença, tenho mais o que fazer".

Mas ele se colocou novamente à sua frente com a rosa em botão. Foi quando a câmera fotográfica foi acionada. Então ela o decapitou, dizendo:

"Nem morta eu aceito as suas intenções. Você não se encherga, não?" Mas ele continua à frente dela com cara bobo.

Ela abre caminho lhe dizendo: "Vai te catar". Às vezes é necessário uma linguagem nua e crua para se fazer entender, especialmente ante a ogros e bruxas.

Sozinho, o homem da rosa começou despetalá-la dizendo: bem-me-quer / mau-me-quer, mas perdeu o interesse, e a rosa desmembrada ficou caída no meio da rua. Um jumento a levou presa no casco.

Jairo Ramos Toffanetto

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