A Poesia é mais quente que o inferno
Mil demônios não conseguindo entrar
vão morrendo de frio, sozinhos, acabrunhadosÉ do poeta a medida das palavras
Ele não busca o fundo da verdade
Ela vem à tona qual peixe que é rio
qual lago que é peixe
De calcanhares molhados
Frescor líquido na ponta da língua
Frescor líquido na ponta da língua
Golinho de nada e o poeta bebe o lago
que se esvai a todos e por ele
que se vai desde as nascentes
alimentando o rio que passa,
com a brisa suave, fresca, desde riacho
Cantante nos seixos declamantes
Até um dia se encontrar com as grandes águas
Do outro lado do continente com o mesmo poeta
na praia furando ondas
A Poesia é mais quente que o inferno do inferno
Mil demônios, não conseguindo entrar,
vão morrendo de frio, sozinhos, acabrunhados
lá fora, do lado de fora, sem saberem que é dentro.
O poeta não tem dó, tem pena de demônios
JRToffanetto
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