sábado, 17 de outubro de 2020

Na parafunda destes dias: CANTABONA _JRToffanetto e poema O Trovador de Mário de Andrade

Presente excomungável compartilhado em redes sociais como um vício digital.

Meu filho Yuri, muito feliz por ter adquirido "Pauliceia Desvairada" veio me mostrar a capa.

Fiquei feliz pela felicidade dele e orgulhoso enquanto pai.  Dizia-me "Este é quarto livro que leio de Mário de Andrade, livro de poemas que sempre quis conhecer.

- Parabéns, Yuri. Depois você o empresta pra mim.

Tenho andado chateado com notícias perturbadoras que chegam por todos os meios de comunicação. É o fim do mundo. Ou melhor, não fazem parte do mundo em que vivo. O que eu nem quero saber, ouço alaridos das pessoas por todo canto escrachando:

1. Santos do Rei Pelé contrata predador sexual com processo judicial na Itália.

2. Ongs vendendo pra estrangeiros grande pedaços da Amazônia pertencente aos índios, à onça pintada, e com petróleo em seu subsolo.

3. A eficiente e corajosa Policia Federal retira tufos de dinheiro entre as nádegas do líder do governo na Câmera dos Deputados, e mais, o sicrano diz que ainda vai provar sua inocência. Inocência do ralo de esgoto?

No meio da madrugada acordo querendo saber dos poemas do Mário. Pra não acordar meu filho, procuro-os pela internet. Entre outros de Pauliceia Desvairada: 

O trovador  _Mário de Andrade

Sentimentos em mim do asperamente
dos homens das primeiras eras…
As primaveras de sarcasmo
intermitentemente no meu coração arlequinal…
Intermitentemente…
Outras vezes é um doente, um frio
na minha alma doente como um longo som redondo…
Cantabona! Cantabona!
Dlorom…

Sou um tupi tangendo um alaúde! 

Mário de Andrade em Pauliceia Desvairada (1922) 

 

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