Com o dia clareando e clareando...
Na área de serviço com xícara de café,
ouço moças e rapazes falando alto na rua em transversal à minha.
Espoucava uma risada e outra. Riam do que? Felicidade à toa?
Riam como um canto de alegria?
Subi ao terraço com a máquina fotográfica. Esperei um nada e clict.
Com o olho do sol pra anunciar seu primeiro raio, desci pra área de serviço.
Acendi um cigarro e, no visor, deparei-me com aquele instantâneo.
Que pena! Imagem da noite escura em que andavam. Lembro-me
do joão-de-barro que cantou junto ao som do disparo da máquina.
Será que a moçada dele ouviu a soante manifestação ao dia?
Pra mim, desde pequenino, tenho-na como forte e alegre saudação.
Sinto-o irmão, creiam.
Mas, em geral, a orfandade nada sabe destas linguagens.
Tudo o que se vê, o que se sente, o que se manifesta, é o que se tem dentro.
Agora mesmo, tenho um pardalzinho piando - lindinho - lá no terraço.
Ele lá e eu aqui, lindinho, escrevendo na área de serviço.
O joão de barro manifesta-se melhor de dentro do dentro,
. . .
...7:06h
Voltando depois de um grande pedaço de bolo de fubá com café, e só pra dizer que depois conto a poética desde bolo. Estou indo pra feira. O básico: laranjas, mexericas, tomates, queijo mineiro ralado... Ah, também tenho um choro de Domingos Semenzato para compartilhar com vocês.
_JRToffanetto
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