quarta-feira, 14 de maio de 2014

Nada é mais poliglota do que o sentir.

Não tenho esta imagem em meus arquivos de HD-Externo, recuperei-a pelo Facebook. Seria uma pena perdê-la. Em 2012 eu disparava minha câmera fotográfica pra todo lado. Até hoje faço isto.


Eu estava na Rua Vigário J.J.Rodrigues à espera da Regina sair do banco. A projeção da sombra sobre a guia da sarjeta deu encaixe perfeito com as trincas da calçada. Fui atraído por uma placa de sinalização com dizeres ao contrário pelo reflexo da poça d'água. Se eu não estivesse com um jaquetão contra o frio, ocorrer-me-ia identificar e explorar o desenho formado?

Enfim, vejo o mundo falante, povoado de linguagens a cada passo, a cada esquina. Nada é mais poliglota do que o sentir. Sempre de experiência única e a valer por uma existência. Carregamos memórias que na vida real podem não fazer sentido, todavia são as que mais fazem sentido com tudo, com o Todo. Tais experimentos advêm da ausência de si mesmo, um estado esvaziado de si que o ajuda não se confundir com centenas de arquivos que o cérebro abre à procura de decodificação, tantos os próprios quanto os da mente coletiva, e que se acredita serem nossas verdade pessoais.

O que são nossas verdades pessoais diante da riqueza da vida visível ou não visível? Sempre que estamos setorizados em coisas aprendemos muito pouco no milagre da existência. Praticar o ponto fora de cada algo nos fazem ver mais, sentir muito mais e, assim, atendermos as solicitações da vida enquanto intrumentos do Bem-Maior, ao qual a filosofia nos dá a verdade em suas infinitas nuanças para a arte de ser e estar, o tom, a cor, a Poesia.

(JRToffanetto)

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